Nunca ouvimos falar tanto em preservação e sustentabilidade quanto agora. A sociedade evoluiu, a tecnologia avançou, e o mundo foi obrigado a começar a pensar mais seriamente em como reduzir os índices alarmantes de degradação ambiental e de poluição. O investimento em uma frota elétrica passou a ser assunto corriqueiro para muitas empresas.
Nesse cenário, a maior parte das montadoras começaram a buscar soluções para substituir os veículos movidos a combustíveis fósseis. Praticamente todos os fabricantes de veículos já oferecem ou planejam oferecer carros elétricos. Empresas como a Volkswagen e a Volvo, por exemplo, pretendem eliminar o motor à combustão inteiramente, substituindo pelos movidos à energia elétrica.
Será que para as empresas vale a pena o investimento em uma frota elétrica? É isso que vamos discutir neste artigo.
Segundo o último levantamento divulgado pelo IBGE em 2021, o Brasil conta com uma frota de quase 112 milhões de veículos, entre leves e pesados. Apenas em 2022, foram 740 mil vendidos pelas montadoras. Esse número crescente implica em mais poluição, mais danos para o planeta e para a saúde da população.
Isso porque a queima de gasolina ou diesel emite gases altamente tóxicos como o monóxido e o dióxido de carbono, dióxido de enxofre e fuligem. Essas substâncias são apontadas como causadoras de doenças respiratórias e responsáveis pelo aquecimento global. Uma solução seria a adoção de uma frota elétrica.
Veículos elétricos não são uma novidade do nosso século
Diante de todo esse cenário, os veículos elétricos vêm se tornando cada vez mais comuns, mas engana-se quem pensa que a invenção é recente: a ideia já vem sendo explorada há dois séculos. E qual a razão de ela não ter ido à frente? Com o passar do tempo, foram surgindo as estradas mais estruturadas. Com a descoberta das grandes reservas de petróleo e ampla disponibilidade de gasolina, os carros movidos a combustíveis fósseis acabaram se tornando uma opção mais barata de transporte. Além disso, a gasolina possibilitava percorrer longas distâncias sem a necessidade recorrente de reabastecimento. Dessa forma, os motores elétricos foram ficando esquecidos no tempo.
Foi apenas em 2004 que a fabricante norte-americana Tesla Motors começou a desenvolver o seu carro elétrico. Quatro anos mais tarde, o modelo começou a ser disponibilizado aos clientes, e em mais quatro anos, quase 2.500 unidades foram vendidas.
Mas e o uso profissional, vale a pena? Há prós e contras envolvidos na substituição de uma frota de veículos à combustão por uma frota elétrica. Isso é o que veremos a seguir.
Os benefícios de ter uma frota elétrica
Economia
Muitos países já adotaram metas agressivas de conversão para uma frota elétrica e, embora no Brasil ainda não haja uma meta definida, o apelo de sustentabilidade e economia tem promovido um aumento das vendas.
Isso porque o preço cada vez mais alto da gasolina e do diesel vem impactando, e muito, nos custos das empresas. Quando falamos de transportadoras, por exemplo, o combustível chega a representar metade do gasto mensal. Nesse caso, uma frota elétrica resultaria em uma redução considerável no transporte, podendo impactar em menores fretes e produtos mais baratos para o consumidor final.
Sustentabilidade
Quando falamos em responsabilidade social e ambiental das empresas, não podemos deixar de pensar na poluição dissipada pelas frotas que, diariamente, atravessam o país.
Cada vez mais, o consumidor mostra uma maior simpatia por empresas que promovem ações e tomam atitudes que impactam positivamente o meio ambiente. A frota elétrica é uma delas. Ao investir em menos emissão de gases poluentes, as empresas contribuem para transformar uma realidade que afeta a vida de todos no planeta.
De acordo com um estudo realizado pelo Programa de Mobilidade Elétrica da Organização das Nações Unidas (ONU), os meios de transporte representam 25% de todas as emissões de CO₂ no mundo.
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Menor custo de manutenção
Aqui os benefícios são indiscutíveis: a adoção de uma frota elétrica pode reduzir em mais de 80% os custos com manutenção.
Como não usam substâncias fósseis, o motor elétrico não exige tanta troca de componentes quanto o à combustão. Ainda assim, as revisões dos carros elétricos devem ser feitas no intervalo determinado pela fábrica, já que eles mantêm elementos de desgaste natural comuns a qualquer veículo, como discos de freio e pastilhas, fluido de freio, bateria de 12V, filtro de cabine, amortecedores e palhetas, entre outros.
As desvantagens de ter uma frota elétrica
Autonomia
Como falamos no início deste artigo, o principal fator que causou o crescimento da frota movida a combustíveis fósseis foi a autonomia. Carros e caminhões movidos a gasolina ou diesel podem percorrer longas distâncias sem a necessidade de recorrentes abastecimentos. Além disso, há uma ampla disponibilidade de postos distribuídos ao longo de toda a malha viária do país. O mesmo não acontece com os veículos que possuem motores totalmente elétricos: a maioria dos modelos presentes no mercado entrega um alcance na faixa de 300 a 450 km. Pode parecer uma distância considerável, mas o problema começa quando percebemos a ainda baixa disponibilidade de pontos de recarga, principalmente fora dos grandes centros urbanos.
Custo
Infelizmente, a migração para uma frota elétrica ainda não é uma realidade assim tão economicamente viável.
Uma grande desvantagem dos veículos elétricos é o preço, já que o modelo mais barato oferecido hoje no Brasil, o JAC iEV20, é vendido por R$ 125 mil. As baterias utilizadas ainda possuem um custo bastante elevado, o que faz subir, e muito, o preço final.
Tempo de recarga
Além da pouca disponibilidade de pontos de recarga, outra desvantagem dos carros elétricos é o tempo de recarga.
Dependendo do tipo de bateria usada, esse tempo de carregamento pode levar algumas horas. Em pontos de carregamento rápido ainda será necessário ficar com o carro parado por cerca de 30 minutos.
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Enfim, investir em uma frota elétrica vale a pena?
A adoção de uma frota elétrica pode fazer com que sua empresa transmita uma imagem de responsabilidade ambiental, de preocupação com o planeta e apenas isso já pode trazer benefícios do ponto de vista institucional. Do ponto de vista logístico, ainda há uma série de entraves, como dificuldades de abastecimento, alto custo de aquisição e perda de tempo durante as recargas.
Mas é importante ter em mente que ainda se trata de uma tecnologia em pleno desenvolvimento. É um mercado que tende a seguir crescendo, enquanto os esforços pela preservação do meio ambiente continuam em pauta.
Por isso, gestores de frota devem se atualizar e, com o tempo, elaborar uma estratégia para incorporar uma frota elétrica gradualmente em suas empresas.
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