Segurança terceirizada: seus funcionários estão treinados para lidar com questões de conflitos?

A terceirização de alguns serviços corporativos, como é o caso da segurança terceirizada, é uma tendência que cada vez vem ganhando mais espaço dentro das empresas. Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, 22% dos trabalhadores formais atuavam como terceirizados. Se considerarmos esses números, é possível prever que, atualmente, seja ainda maior. 

Apesar de parecer algo recente, em nosso país esse tipo de serviço já é realizado desde 1974, regulamentado indiretamente pela lei nº 6.019/74 a qual tratava sobre a contratação de serviço temporário. Porém, em 2017 foi criada a lei da terceirização (Lei nº 13.429/2017) que  estabeleceu, de forma direta, regras específicas sobre o tema. Aliás, uma das alterações mais importantes introduzidas pela lei diz respeito à possibilidade de terceirizar qualquer atividade de uma empresa, inclusive as atividades-fim, algo que não era legalmente permitido antes.

Segurança no celular, não dando importância para o serviço.

Por conta disso e da disseminação do serviço terceirizado, cada vez mais esse tipo de contrato é procurado, principalmente para atividades específicas. Porém, um ponto interessante é que, ao contratar a terceirização, não existe vínculo empregatício entre os prestadores de serviços da empresa contratada com a empresa contratante. 

Mas, diante disso, a quem compete a responsabilidade de preparar esses profissionais para lidar com as atividades do dia a dia? Que tipo de exigências a empresa contratante pode fazer quanto a isso? São situações que sempre deixam dúvidas, mas que podem ser facilmente contornadas, utilizando-se do bom senso e da transparência. 

Segurança terceirizada: a importância de treinar esses profissionais

Respondendo às questões anteriores, pela lógica, a responsabilidade de treinar e capacitar os profissionais que trabalham com segurança terceirizada, é da empresa que fornece o serviço. Uma das vantagens apontadas nesse tipo de contratação, aliás, é justamente não precisar se envolver com algumas questões, e essa é uma delas. 

A empresa que contrata uma segurança terceirizada, por exemplo, espera profissionais capacitados para lidar com as mais diversas situações. O que inclui, principalmente, as questões de conflitos. 

Fileira de seguranças

É claro que a segurança deve zelar pela proteção do patrimônio da empresa, mas o profissional que exerce essa atividade também deve saber lidar com as pessoas e resolver situações conflituosas de maneira assertiva, sem ferir o lado humano dessas relações. 

No final do ano passado, nos deparamos com uma situação que levantou muitas discussões: o despreparo da equipe de segurança de um supermercado ao lidar com uma adversidade. Na época, muitos apontaram a rede de supermercados como culpada, enquanto outros voltaram suas atenções para o tipo de capacitação oferecida a esses profissionais. A questão aqui, nesse caso, não é reacender polêmicas ou tentar responsabilizar um ou outro, pois isso nem cabe a nós.

Mas sim avaliar que tipo de orientações estão sendo repassadas aos profissionais de segurança terceirizada e como as empresas que contratam podem “fiscalizar” essas condutas, já que essa equipe não integra “oficialmente” o quadro de funcionários da empresa. 

Leia também – Critérios para seleção de fornecedores: o que levar em consideração antes de contratar

Por que o bom senso deve ser considerado? 

Mais acima citamos a questão do bom senso, por acreditarmos que essa é a maneira mais adequada de chegar a um consenso que esteja alinhado com as expectativas desse tipo de contratação. 

De um lado, temos as obrigações da empresa contratada, que deve garantir que os profissionais sejam qualificados e capacitados para exercerem a atividade de segurança terceirizada. Do outro, a empresa contratante deve averiguar de forma cautelosa quais as orientações repassadas para que sejam validadas, de acordo com os critérios que a empresa espera para esse tipo de prestação de serviço. 

Vamos supor que o treinamento repassado aos profissionais de segurança terceirizada seja mais ostensivo para determinadas situações, mas que isso fuja um pouco sobre o que a empresa prega. Se as empresas (contratada e contratante) não estiverem bem alinhadas quanto ao que uma fornece e a outra espera. Uma conduta que do ponto de vista da terceirizada é comum, por exemplo, pode acabar ferindo a imagem da empresa contratante. E, em alguns casos, até mesmo da contratada.  

Mas, como a empresa de segurança terceirizada poderá orientar seus funcionários para lidar com as situações de conflitos de acordo com a expectativa da empresa, se a contratante não for clara quanto ao comportamento que espera nesse tipo de situação? 

E como a empresa que contrata esse serviço poderá se opor (ou apoiar) as condutas aplicadas, se não tiver ciência sobre o tipo de treinamento que esses profissionais recebem e como, de fato, são orientados a agir? 

Transparência também é fundamental 

Então, além do bom senso, é preciso sim que exista transparência na hora de falar sobre questões tão importantes, como a conduta dos profissionais de segurança terceirizada. A empresa de terceirização precisa ser clara com os seus clientes e fornecer todas as informações referentes aos treinamentos realizados: 

Segurança com boa postura.
  • Quais técnicas exploradas nos treinamentos;
  • O que diz o plano de segurança;
  • O que se espera do comportamento desses profissionais; 
  • Quais as instruções de abordagem em caso de conflitos; 
  • Com que frequência há atualização dos treinamentos. 

Isso garante que todos estejam cientes sobre o que está sendo contratado e evita surpresas desagradáveis por conta de qualquer discordância. 

Mas, é claro que para esse setor de segurança terceirizada, existem treinamentos, técnicas e abordagens direcionadas. Todas pensadas para garantir o que os profissionais se disponibilizam a fazer: a segurança de todos os envolvidos. 

Não estamos dizendo aqui que a empresa, para manter o contrato, deva alterar o seu perfil de atuação. Até mesmo porque isso pode, em alguns casos, desqualificar o serviço oferecido. A questão é encontrar maneiras de entender o perfil dos seus clientes e adequar, caso possível, suas condutas. Cada empresa é única, apresenta necessidades específicas e possui uma rotina diferente, de acordo com o seu ramo de atuação. Tudo isso deve ser considerado na hora de fazer o trabalho de segurança terceirizada. 

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